15 Abr 2019 | HRS

Interior paulista já é o maior mercado consumidor do País


Por Mariana Missiaggia | Diário do Comércio

19 de Março de 2019

 

Caipira e Cosmopolita. Tradicional e moderno. Conservador e Inovador. Durante muito tempo essas características definiram, respectivamente, o perfil inverso do consumidor que vive em pequenas cidades do interior e grandes metrópoles.

Não mais.

Embora São Paulo seja a queridinha quando o assunto é consumo, pequenas cidades do interior do Estado têm funcionado como lubrificante na engrenagem da economia brasileira. A globalização, as redes sociais, a popularização do comércio eletrônico, a migração da indústria e de grandes empresas para o interior – tudo isso contribui para que dados geográficos não sejam determinantes no comportamento de consumo de uma população, especialmente, no Estado de São Paulo.

 

Potencial de consumo

Projeção de estudo do Boston Consulting Group (BCG) indica que as famílias de classe média alta das cidades do interior do país vão representar, até o próximo ano, um mercado que movimentará acima de US$ 600 bilhões. No estudo, a consultoria constata que as cidades do interior oferecem oportunidades de crescimento para bens de consumo e serviços, especialmente para setores como serviços financeiros, vestuário e automóveis que operam exclusivamente nas principais cidades do Brasil.

O interior paulista já é considerado o maior mercado consumidor do País. De acordo com o levantamento feito pela IPC Marketing, consultoria que estuda o potencial de consumo de todo o Brasil, o interior representa 53,4% do consumo do Estado, ante 46,6% da capital e região metropolitana.

Na região do Vale do Paraíba, por exemplo, há duas cidades entre as 15 com maior potencial de consumo no interior. São José dos Campos é o quarto município do ranking, com potencial de consumo de R$ 17,6 bilhões em 2018, o que representa 2,68% do total do interior paulista. Taubaté é a 12ª cidade na lista com um potencial superior a R$ 8 bilhões.

Pela internet, o consumidor do interior já gasta mais que o da capital. Um dos motivos para esse comportamento é que no interior não há tantas opções de lojas como na capital.

 

Comércio de rua

Muito relevante para a economia da cidade, o comércio de rua dessas pequenas retrata bem a dinâmica e o poder de consumo de cada uma delas.

Caminhando pelos bairros comerciais é bem evidente as classes sociais predominantes. Em Limeira, por exemplo, na parte baixa do Centro estão as lojas destinadas à baixa renda com preços populares e peças de menor qualidade. Tratam-se de estabelecimentos com preços elevados e similares aos bairros mais abastados da capital.

Já à classe média cabe uma missão quase impossível – garimpar itens a preços módicos em lojas de rede. Ocorre que pela baixa rotatividade, grandes varejistas, como Renner e C&A, normalmente, instaladas em shoppings, limitam a chegada de tantas coleções a essas lojas, que passam meses com as mesmas araras e vitrines. Enquanto isso, lojas de grandes centros urbanos oferecem megastores com maior número de coleções e alta rotatividade de peças.

 

Viver no interior é mais barato?

Embora pequenas, algumas cidades têm o custo de vida tão elevado quanto o de uma metrópole. Os motivos vão desde o fato de se tratar de uma cidade turística ou com grande público universitário até o caso de abrigarm indústrias e empresas trazendo recursos financeiros de outro local, o que gera uma elevação significativa nos preços. Tudo isso faz com que supermercados, lojas e restaurantes tenham custos semelhantes aos das grandes cidades.

 

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