31 Jan 2018 | HRS

Com inflação baixa, confiança da classe DE sobe 7 pontos em janeiro, segundo Associação Comercial de SP


A menor inflação em quase 20 anos registrada no ano passado levou a confiança do consumidor do grupo de classes DE a subir neste início de ano, segundo o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em janeiro, o indicador marcou 78 pontos para o grupo socioeconômico em questão, contra 71 em dezembro do ano passado. Foi a única classe com melhora na confiança. No Brasil como um todo, o INC oscilou dentro da margem de erro (três pontos) e registrou 77 pontos em janeiro (74 em dezembro).

“A queda consecutiva dos preços dos alimentos no ano passado melhorou o poder de compra do consumidor brasileiro e permitiu ganhos reais de salários pelas correções baseadas nas taxas anteriores. Para a população de menor renda, o impacto foi maior, visto que ela é mais sensível à oscilação dos preços destes produtos, que pesam mais em seu orçamento doméstico”, diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. Ele acrescenta que a melhora gradual do emprego também contribui para a elevação da confiança.

O INC varia entre zero e 200 pontos, sendo o intervalo de zero a 100 o campo do pessimismo e o de 100 a 200 o do otimismo. O levantamento foi realizado pelo Instituto Ipsos de 2 a 11 de janeiro, em todas as regiões brasileiras.   

Nas demais classes sociais, a confiança oscilou dentro da margem de erro na passagem de dezembro de 2017 para janeiro de 2018. O INC da classe C passou de 76 para 78 pontos. No grupo de classes AB, foi de 67 para 70 pontos ― é o grupo mais cauteloso e o único abaixo da média nacional (77).

Regiões

No Sudeste, a confiança saltou de 74 para 83 pontos entre dezembro e janeiro. “Como é a mais urbanizada do País, a região tem se beneficiado da retomada da indústria e do emprego”, frisa Alfieri. O recuo dos preços dos alimentos e a melhora do emprego repercutiram na confiança dos moradores do Nordeste, onde o INC passou de 67 para 73. Na contramão, o índice da região Sul despencou de 93 para 80 pontos, provavelmente por impactos climáticos na produção agrícola. O grupo de regiões Norte/Centro-Oeste ficou estável em 65 pontos.

Inflação em 2018

Para o economista da ACSP, a trajetória de melhora do humor de parcelas da população brasileira pode ser interrompida diante da menor safra agrícola em 2018 e dos primeiros dados deste ano apontando aumento da inflação de alimentos.

Esperança

Em consonância com dados de melhora do emprego, componentes desta edição do INC sugerem que o brasileiro está menos pessimista quando o assunto é mercado de trabalho. Nos últimos três meses, caiu a insegurança no emprego. Em novembro de 2017, 65% dos entrevistados estavam inseguros; em dezembro, eram 62%; e em janeiro de 2018 eram 58%.

Já a média de pessoas conhecidas dos entrevistados que estavam desempregadas era de 5,11 em dezembro e teve leve melhora em janeiro (5,09). “O consumidor projeta esperanças na passagem de um ano para outro. Aliado a isso está o cenário macroeconômico favorável, com inflação, juros e desemprego em queda e retomada do consumo”, finaliza Alfieri.

O índice

Encomendado pela ACSP ao Instituto Ipsos desde 2005, o INC é elaborado a partir de 1.200 entrevistas pessoais e domiciliares em 72 municípios de todas as regiões do País, com base em amostra probabilística e representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014). Trata-se de uma medida da extensão de confiança e segurança do brasileiro quanto à sua situação financeira ao longo do tempo. Além de indicar a percepção do estado da economia para a população em geral, o índice visa a prever o comportamento do consumidor no mercado.

Veja a pesquisa na íntegra:
Índice Nacional de Confiança

 

Fonte: ACSP

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